sábado, 14 de janeiro de 2012

Visitas noturnas

guiado pelos sentidos...

No inverno quando saio do trabalho em regra já a noite caíu. A nostalgia invade-me pela ausência duma despedida, dum olhar, da constatação dum movimento...
Invariavelmente decido-me por uma visita a um ou dois dos apiários para as sentir...
Mergulhado na escuridão de lanterna na mão observo-as.

Ainda a caminho das colmeias, já fora do carro, as marcas dos pisos dos carros, as marcas dos sapatos, vão-me dando indicações de quem teve o privilégio de as ter visitado ou por perto passado, durante o dia...
Pelo calor do caixilho de agasalho avalio a quantidade de abelhas que trabalham na última alça; quando frio é motivo de preocupação.
Pelo bafo quente e húmido, ás vezes parecendo névoa, que sai pela entrada, avalio se a colheita de mel no dia foi expressiva.
O barulho da ventilação, a quantidade de abelhas próximas da entrada quer dizer o mesmo.
Os aromas à entrada do apiário ou o cheiro mais intenso junto desta ou daquela, distinguem os apiários e entre colmeias, as mais adiantadas e que mais colheram no dia.
Os cheiros a bulores ou a ceras velhas, são motivo de procupação.
Os resíduos da base da colmeia que vêm em cima da folha de cartolina, ceras roidas, excrementos de traças, varroas ou os excrementos de abelhas, são mais umas tantas indicações sanitárias...
Os ratinhos são mais numerosos junto das que mais cadáveres descartam. A presença de cadáveres roidos ou ainda inteiros é motivo de abertura urgente.


Hoje foi um dia de colheita, talvez por ter estado um pouco mais quente, a verdade é que a intensidade dos aromas na entrada do apiário eram muito superiores aos de ontem!...
Fico contente nestes dias!

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