Por esta altura do ano eu gosto de chegar ao final da tarde ao apiário e de mangas arregaçadas debruçar-me sobre as colmeias, sem fumo, sem o impecilho da máscara e do fato macaco, e desafia-las até ao limite, abrir o caixilho sem ruídos, suster a respiração às vezes e ir inspeccionando quadro a quadro sem que elas se irritem ou tenham que me picar...
Eu e elas ficamos ali distraidos numa sincronia de movimentos como que num módulo mútuo de poupança energética... é delicioso!...
Há um mês e pouco um amigo que me convidou a visitar os seus apiários surpreendeu-me quando já no apiário nos preparavamos para as ver e ele me dizia só usar fumo por altura da cresta, são das mansas pensei e a expectativa crescia à medida que me ía preparando...
Entrados no recinto ele dirige-se a uma e depois a outra e outra colmeias, levantando as coberturas e caixilhos violenta e rapitamente, empenhado em mostrar-me a pujanças dos seus enxames que transbordavam de abelhas e se abatiam sobre nós às centenas tentando picar e perseguindo, de um modo assustador!...
Cada caixilho ou tampa fechada eram dezenas de mortes e eu ía repetindo assim não... assim não!...
Tentamos mais algumas como que numa segunda oportunidade de fazer bem, mas reparei que é assim que ele gosta delas... a picar muito, para lhe manter a adrenalina no máximo!...
Assim, não gosto!...
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