Até que enfim...

Tempo morno.

Depois do mau tempo, diz-se: vem a bonança...

Mas bonança no inverno não será muito para acreditar.

A verdade é que desde há dois dias que o tempo aqueceu e a chuva abrandou. Sexta à noite a temperatura marcava 18º, impressionante para esta época do ano!

Como não as vi esta semana, corri ao final da manhã pelos apiários para ver o seu acordar... Algumas colmeias na Mata no Enxemil e no Cabedelo, tinham barbas de abelhas... acredito mesmo que algumas terão dormido cá fora!...

É esta imprevisibilidade que na apicultura nos desarma sistematicamente.

Como tinha um almoço de Natal à minha espera, só ao final da tarde corri para a Mata para distribuir umas alças que lá deixara há quase um mês. Confirmei que foram poucas para tanta colmeia a precisar.

O mau tempo deste quase último mês não foi impeditivo do continuado crescimento das colmeias... esta é já uma constatação de outros tempos causadora de muitas surpresas.

Uma referência ao Sargaçal onde as colmeias são agora as que globalmente se encontram pior, depois de ter apanhado com os maiores ataques de varrôa! Em oposição, gostei muito de ver o desempenho das de Cabedelo.

O Inverno não dá tréguas

Nem mel!...

Nas últimas semanas o inverno tem persistido com chuva ou frio. A última semana foi sobretudo de neve, hoje chove a cântaros e prevê-se uma semana de chuva e algum vento...

São dias em que elas não saiem da colmeia... e cá fora os eucaliptos torcem-se ao peso dos seus botões de flor abertos em grande quantidade...

Aqui, é o eucalipto que dita as normas em regra de Outubro a Março, nos meses mais ingratos para a colheita já que são os de menos horas de sol e de piores condições climatéricas. Quando o inverno é ameno, elas conseguem grandes coletas e os enxames crescem e enxameiam... Este ano não tem sido o caso mas as colmeias apresentam-se globalmente muito boas.

Há eucaliptos completamente desmontados em flor e outros com grandes florações, mas também há os que ainda não começaram a florir e que se espera só o façam depois de Fevereiro com o tempo mais quente, serão a esperança da colheita de mel sobre a qual nem me apetece profetizar...

Para o apicultor estes dias são tempos de esperançosa espera e vigilância atenta e também de valentes molhas!

Nem a chuva e o frio

as detêm dentro da colmeia!

Hoje, quando cheguei ao final da manhã à Mata o movimento era magnífico, mas rapidamente o céu se fechou, aumentando a intensidade das rajadas de vento, começando de seguida chover... depois diminuiu a intensidade até que parou e o céu quase limpou... tem sido este o ciclo que se repete várias vezes ao dia nas duas últimas semanas, umas vezes com mais chuva ou com mais frio e ou com maiores abertas, e de um modo geral depois das duas da tarde já não trabalham.

Com as primeiras pingas de chuva corri para o carro que vai pertinho delas e fiquei ali a vê-las chegar em pelotão, como quem as despeja numa torrente uniforme... Algumas com a confusão caíam ao chão ou ficavam demoradamente agarradas à colmeia, provavelmente futuros cadáveres se o céu não clarear, e quantas ficarão pelo caminho, pensava eu à medida que a chuva abrandava e reparava na contra luz que continuavam a chegar e não paravam de saír, abelhas em voos rasantes e enérgicos!...

Aprontei-me então para depois do almoço distribuir algum material e rever o estado das colmeias que já não visitava tem pra mais de duas semanas... Foi uma visita rápida mais preocupado em distribuir material mas o que vi ficou abaixo das expectativas: algumas colmeias não tiveram evolução significativa, de um modo geral as mais fracas ficaram mais fracas e as necessidades de espaço não eram assim tantas e acabei por distribuir pouco material e confirmei que tenho uns ninhos que não merecem já estar com abelhas de tão velhos que estão, ficam encharcados de água e melhor seria estarem a produzir cogumelos.

Registe-se contudo a alegria que é vê-las a trabalhar por todos os apiários em períodos de sol e temperaturas amenas, como ainda hoje de manhã... com um aroma magnífico a eucalipto que nos envolve.

O Inverno instalou-se

Com chuvas...

A última semana foi de chuva com algumas abertas que as abelhas aproveitam até à exaustão, contudo as fortes rajadas de chuva serão responsáveis pela morte de muitas abelhas no seu trabalho de campo.

Hoje, aos aguaceiros juntou-se significativa descida de temperatura e preve-se continuidade para os próximos 10 dias...

Os eucaliptos continuam a desmontar-se em flor em grande ritmo, ocorrem também alguns contributos de pólen dum amarelo laranja... e a julgar pelo que vou cheirando e espreitando pela vigia do caixilho de agasalho, vou ter que distribuir muito material em todos os apiários...

Operação S Martinho

deixou-me num desespero!

Depois duma semana em que ansiosamente esperei por um Sábado sem chuva para avaliar o desempenho dos apiários e realizar operações que venho protelando a ponto de as considerar inadiáveis: substituir quadros velhos e ou atascados de mel e polén por quadros de cera moldada dando espaço de expansão à mestra, colocar alças e diversas limpezas...

-Apanhei uma manhã de nevoeiro cerrado que me obrigou a suspender os trabalhos e a voltar ao início da tarde... para continuar com um nevoeiro frio que me deixou á beira dum ataque de nervos!...

Mesmo assim iniciei os trabalhos, confirmando o atraso da operação e o bom desempenho, com algumas surpresas: as últimas que vieram da serra, estão mais atrasadas, (para o ano terão que vir mais cedo), algumas colmeias tiveram que receber a segunda alça e entre as que receberam as mestras novas, há pouco mais de um mês e meio, duas delas tinham mestreiros e as mais desenvolvidas já vão com 4 quadros de criação tendo hoje acrescentado mais uns quadros e concluído o enchimento dos ninhos dos enxames constituídos para receberem as mestras!...

As diferenças dos apiários

vêm de longe!...

Este fim-de-semana nem as visitei, pela chuva e vento que se fez sentir, embora o sábado à tarde com algumas abertas, tenha sido de trabalho louco, pelo que me dissera o pai.

Desta semana, ficou-me a recordação do galopante crescimento do movimento em todos os apiários em especial no da Mata que parece estar cada vez mais destacado dos restantes... No início da semana estive a visitar algumas colmeias no Cabedelo e fiquei surpreendido com o atraso de algumas que embora em franca explosão, denotam que terá ocorrido grande redução do número de abelhas provavelmente nos meses de Agosto e Setembro!!!...

A razão destas diferenças que se repetem ano após ano, não sei!... Não as consigo encontrar só na disponibilidade de floração local...

Esta semana foi também de compra de material de substituição, alças e ninhos que ajudam a encher o armazém para repor algumas das caixas velhas, prevendo crescimento de 20%.

As colmeias da serra

seis meses depois, regressaram a casa.

Hoje ao final da tarde fui buscar as colmeias à serra!

Não o fizera na minha última visita, há três semanas para poder apreciar o contributo da calluna vulgaris e talvez do medronho que estaria para florir...

Já cheguei tarde e as pesquisas foram diminutas, mas pela quantidade de abelhas e peso das colmeias, terão tido um contributo discreto!

Terei que as abrir estes dias para melhor avaliar... e não adianta ficar com a pena, pois ficarei com a experiência e o saber...

Assim foi no apiário da serra, nas encostas nordeste da Freita, seis meses de experiências e saber...

As primeiras alças

do ano apícola!

Ontem à tardinha aproveitando a chuvinha, ainda de dia, fechei uma colmeia da Mata onde se encavalitava nas vizinhas e passei-a para o Sargaçal.

São arrumações que a todo o tempo estou a fazer e se podem fazer nesta altura do ano, enquanto o material não é muito... pois foi quando dei conta que passara o fim de semana pasmado, olhando por fora sem ver por dentro...

A colmeia, só constituida por ninho, estava pesadíssima!...

Foi logo tomar o peso a outra e outra e outra para de seguida decidir que não passaria de hoje a primeira distribuição de alças do ano...

Já há muitos nectares do ano e as primeiras alças na Mata e Sargaçal já foram distribuidas...

Nesta distribuição deparamo-nos com a inscrição numa das alças: 21-10-2006!...

Afinal é quase sempre assim por esta altura do ano... mas sempre nos comportamos como se fosse a primeira vez, com uma indescritivel alegria!...

Pasmado

Com um novo arranque!...

Os dias de sol e de temperaturas amenas têm ajudado ao arranque dum novo ano apícola!

A somar-se à calluna vulgaris, a flor de eucalipto em pequenos apontamentos mostra-se por todo o lado e os apiários cheiram enjoativamente a eucalipto. Sobretudo o apiário da Mata onde as flores polulam mesmo por cima das colmeias... Hoje foi lá três vezes para quase pasmado apreciar o movimento e snifar os aromas... quase incapaz de abrir uma colmeia para não lhes perturbar o trabalho!... Acabei por abrir algumas das novas para juntar uns quadros de cera moldada!...

Curioso é notar que este arranque da floração é ligeiramente diferente nestes quase 5 km que separam os apiários mais distantes e que consequentemente marcam uma intensidade diferente no trabalho das colmeias.

Primeiro estará a Mata, depois Enxemil, Sargaçal e Cabedelo!...

As primeiras flores a aparecer são sempre junto ao mar, no apiário da Mata... já o ano passado as colmeias da Mata pareciam levar vantagem de uma alça ou de um mês sobre as dos restantes apiários, presentemente todas estão a visitar flores de eucalipto só que a quantidade disponível por proximidade de cada apiário, é bem diferente!...

Esta ordem de arranque do ano apícola repete-se todos os anos, permitindo-me classificar os apiários no que se refere ao arranque do ano... que não está muito longe da classificação da produtividade!

As primeiras flores de eucalipto

já se mostram...

Esta semana nas minhas visitas de final de tarde já senti um cheirinho, e esperei ansioso a chegada do fim de semana para avaliar os progressos... confirmar o início da explosão da criação, trocar uns quadros velhos por novos e dar-lhes espaço para a explosão... avaliar os enxames que receberam as mestras... e os seus progenitores.

O pai há mais de duas semanas me dizia que já tinha visto umas flores de eucalipto... pois eu que já as cheirava desde o início da semana, só hoje ao final do dia, quando regressava dos trabalhos apicolas, vi as primeiras, poucas, num eucalípto na borda da estrada.

Parece que este ano as flores do eucalipto estão a chegar mais tarde e os botões estão de um modo geral menos desenvolvidos o que poderá ser um pronúncio de um bom ano!...

Sempre me esqueço de como foram as coisas nos anos que passaram, mas sem grande erro, sem ir ver os registos, nunca tive um mês de Setembro tão bom como este, praticamente sem baixas e com tanta abelha a chegar ao início da floração do eucalipto.

Há precisamente um mês estava eu fazer umas dezenas de enxames recorrendo a mestras que encomendara para 16 de Setembro... uma data arriscada porque poderia não ter abelhas para os constituir... Um mês passado, os enxames e mães estão muito bons!

Foi uma decisão de sorte e acertada!

O dia de hoje foi por isso um dia magnífico, daqueles em que não temos horas... paramos ao anoitecer.

Finalmente a Chuva!

Para assinalar um novo recomeço.

Desde o passado domingo que regressou a chuva!

Seguiram-se melhorias e logo a seguir períodos de chuva que nos acompanhará até final da semana!...

Hoje, embora cinzento e tépido, foi bom para as abelhas... Registaram-se movimentos de polén e néctares... estes com maior expressão na Mata.

Mas antes do início da chuva, no passado Sábado, ainda retirei algum material para armazém, confirmei o êxito na aceitação das mestras espanholas, distribui quadros de mel por alguns ninhos mais necessitados e avaliei posturas!... Um dia em cheio!

Hoje foi à serra com o pai, com vontade de trazer outra carga mas não conseguimos, por tão entusiasmadas estarem a trabalhar, especialmente na colheita de néctares, embora não saiba a sua proveniência... a população e os níveis de postura são muito bons!

- Ficarão lá até o início da floração do eucalipto que com esta chuvinha deve disparar!

Mais uma garfa...

em dia soalheiro

Há cerca de um mês, em dia de intenso calor, apanhei uma pequena garfa no Sargaçal e hoje, dia de sol, repetiu-se o feito mas na Mata, quando à hora do almoço foi ver como estavam as que vieram da serra...

Estava pendurada na tampa de uma colmeia e como não tinha tempo, introduzi-a numa jaulita nicot e esta numa caixa de cartão com as abelhas que me aguardaram até ao final do dia, para eu lhes definir o futuro.

Foram garfas do tamanho de um punho fechado, em regra condenadas ao insucesso, pois não tenho tempo para elas... a garfa de hoje foi parar à colmeia de vidro do pai que nos próximos dias vai fazer uma apresentação ás criancinhas do ensino básico... poderá assim exibir uma mestra infecunda, não precisando de matar uma mestra... o que sempre acontece quando ele povoa aquela colmeia de exposição e depois descuidadamente junta a colmeia constituída à colmeia mãe...

Mas qual a razão destas garfas em tempo de alimento escasso, de quase ausência de machos e de redução da população?!... Será o calor justificação para tudo?!... Será a quase paragem de postura na época quente que é entendida como o desiquilíbrio que leva à substituição de mestras?!... Dou-me conta que muitas mestras são sistematicamente substituídas nesta altura quente levando muitas vezes à ocorrência de colonias zanganeiras por esta altura... o que felizmente não tem ocorrido este ano!...

Mas não sei a razão para a poder evitar!...

As temperaturas mínimas baixam

e as da serra regressam ao litoral!

As temperaturas mínimas baixaram e a calluna passou a ser invadida de abelhas em especial ao anoitecer e durante o dia o trabalho é moderado e constante com movimento de polens de cores diversas, com dominâncias diferentes, consoante os apiários.

Os enxames novos que receberam as mestras, têm tido um movimento soberbo, mas só os visitarei para a semana!...

Hoje a meio da tarde foi à serra, sózinho para expiar a minha má disposição e acabei por começar a prepara-las para o regresso, tendo feito uma carga de colmeias que instalei no apiário da Mata. Globalmente estão boas, com muitas abelhas para a época do ano, não tendo as reservas decrescido significativamente no último mês.

Jardins floridos com colmeias

e poucas abelhas

Os meus apiários do Cabedelo e Sargaçal assemelham-se por esta altura a jardins!... Já assim fora em Maio e Junho com as manchas de erica umbellata...

Agora, são mantos floridos com calluna vulgaris dum rosa violeta magnífico... que desde o início do mês visito ansioso de os ver cravados de abelhas mas em vão... ontem na frescura do fim da tarde, quase noite, a anúnciar a chuva que só começou a caír hoje à noite, ainda vi algumas, poucas, a visitar as floritas, em geito de amostra...

Os eucaliptos esses, vestem-se de prata exibindo os seus botões florais que anseiam por esta humidade para uma explosão próxima.

As colmeias que comecei a alimentar no início desta semana, mostram já um grande movimento de polén de várias cores... justificando o aumento da criação que confirmara no fim de semana!... Há um cheiro diferente no ar e começa a apetecer dar umas fugidas aos apiários para olhar pra elas...

Arrumações Apícolas

preenchem-me as férias de Setembro...

Foi uma semana que voou sem dar por isso, em andamento de galope: 2 dias para produzir enxames, 2 dias para Granada, 1 dia para introduzir mestras visando o aumento do efectivo presente em 25%, 1 dia para a alimentação e 1 dia para a cera e limpezas... Amanhã recomeço a trabalhar!...

Estes dias de verdadeira aventura, de felicidade e algumas vezes de alienação, foram também de grande preocupação, por confirmar quanto a dimensão deste meu hóbie ultrepassa as minhas disponibilidades e até a minha capacidade física.

Procuro em resposta ser mais rigoroso e sistemático nas tarefas apícolas como forma de resistir e peço também ajuda ao pai e às vezes ao João, mas eis que elas... e eles, me pregam sistematicamente partidas e torna-se difícil...

É urgente implementar novas estratégias para diminuir os esforços e aumentar a eficiência das tarefas... mas sem grandes ilusões, porque algumas tarefas vou ter que deixar de as fazer... nem que aumentem os períodos de férias.

O conto do vigário

apicultor...

A historia da apicultura foi fértil em vigários ou de devotos religiosos que nela adoçavam as amarguras das suas vidas... ou se projectavam como seres infinitamente criadores, participantes directos na obra da criação!...

Mas não quero crer que o vigário apicultor terá estado na origem do termo "cair no conto do vigário", embora cada vez mais me convenço que o apicultor é pródigo em grandes histórias, testemunha de grandes acontecimentos e protagonista de grandes descobertas!...

E tratando-se de negócios... é cada conto!...

Que eu nem conto...

A floresta a arder e

o mundo rural a morrer...

No passado domingo de madrugada dei um salto a São Pedro do Sul para visitar um apicultor mas a ansiedade invadia-me por ir poder ver os milhares de hectares devorados pelo fogo nos passados meses de Julho e Agosto. O nativo apicultor e as suas abelhas que me perdoem mas eu estava verdadeiramente afectado de revolta!...

É simplesmente aterrador ver o rasto de destruição sem fim à vista... e como teriam sido aqueles dias de luta inglória contra um fogo que tudo transforma que terá mudado projectos, vidas e até ecossistemas!... E colmeias!... Durante anos não haverá mel na região e muitos mais demorará a ter características próximas das actuais...

Foi assim por todo o país, especialmente no norte... passou um mês e já ninguém fala!...

E eu também fico sem palavras dum sufoco de tanto querer gritar...

- O mundo rural está a morrer! E ninguém quer perceber!...

Entretêm-se os iluminados mudando governantes, criando reformas, financiando doutores, equipando bombeiros, para-militares e militares, torrando milhões...

- O mundo rural está a morrer!

Arrumações de final de ano...

antes que chegue a chuva

Todos os anos por esta altura tenho necessidade de tirar material das colmeias, porque o tempo frio está para chegar, porque devo preservar o mais possível a exposição do material à intempérie, porque terei que as tratar... enfim, argumentos não faltam, mas deparo-me sempre com os bocados ou mesmo quadros de mel que a maioria das colmeias ainda têm nas alças e que bem falta lhes fizeram neste tempo quente...

Na última retirada de mel, em Agosto, quis deixar todas as colmeias pelo menos com uma alça por cima do ninho, para lhes disponibilizar os quadros mal cheios ou muito pouco cheios... até á última gota, o que não foi fácil porque há sempre algumas mestras que ainda estão a pôr na alça ou volume de abelhas é muito grande e ficam sempre umas tantas fora da regra com 2 ou três alças. Este fim de semana antes que as chuvas chegassem foi uma corrida contra o tempo para acabar com as fora da regra!

Passaram com grande ginástica todas as colmeias a ter uma só alça, dum modo geral ainda bem sortidas de abelhas e com reservas, embora com expressões diferentes de apiário para apiário, sendo de registar que colmeias com mais reservas são as que se encontram em locais mais frescos!

Mas desta arrumação e para conseguir os objectivos de redução do espaço, não consegui deixar de colher mais umas dezenas de alças com algum mel que já está centrifugado e arrumado!

À Espera da Chuva

para uma nova explosão!...

Este verão foi quente, muito quente, muitos fogos por todo o país e sem chuva!

As colmeias junto ao mar, estão paradas, à excepção dumas loucas que têm o relógio biológico alterado e não param de carrear polen em fartas cestas até ser noite... um polen branco!...

Na serra, na minha visita do último domingo, a meio da tarde... todas trabalhavam um pouco, embora o calor fosse tórrido... conclui que o mais provavel seria estarem a assaltar a vizinhança ou a carrear água do rio... Pareceu-me terem menos abelhas e reservas que as do litoral...

Hoje o dia foi mais fresco, meio encoberto, mas tudo permanece sêco à espera das chuvas anunciadas para a semana para explodirem os botões de calluna vulgaris que em alguns recantos mais frescos já se abriu mas ainda sem visitas...

Agosto foi-se...

com muito gosto!

Este Agosto foi diferente... foi quente e seco!

Foi em Agosto que tirei o último mel, arrumei a maioria do material e com gosto me deliciei em momentos de puro romantismo apicola!...

Não me lembro de Agosto assim... acabei de rever os meus escritos em outros de outros anos, e é patente o meu esquecimento das abelhas.

Este Agosto é particularmente diferente pela grande quantidade de abelhas que todas as colmeias apresentam. O Junho e Julho foram meses de nectares ao contrário do habitual e permitiu que as populações de mantivessem a ponto de ter colmeias cheias de abelhas e com reservas.

Em Agosto costumo ficar triste nas minhas visitas aos apiários, este ano isso ainda não aconteceu, embora as últimas duas semanas sejam de paragem total...

A importância do fechar da porta

em época de fome!

O dia de ontem foi cinzento e fresco... o dia de hoje foi de chuva miudinha...

Foi bom para a garfazinha se organizar e bebericar o alimento estimulante sem alarmar a vizinhança!...

Em época de fome as operações no apiário têm de ser muito cuidadas para evitar a pilhagem!

Ao longo dos poucos anos de apicultura já me aconteceu fomentar pilhagens em épocas de fome, de diversos modos, tendo sempre como causa o facilitismo... porque insistimos em operações demoradas com a abertura sucessiva de várias colmeias, se está com pressa ou cansado, deixando de dar importância a um aspecto fundamental que é não tornar as reservas acessíveis, estejam elas dentro das colmeias, ou fora...

Quando no apiário nos deparamos com inícios de pilhagem devemos ter a lucidez para parar de imediato com o que estamos a fazer e se uma determinada colmeia está a ser objecto de pilhagem devemos de imediato fecha-la por completo, guarda-la à sombra e muda-la de apiário, abrindo-a só à noite, com um registo mínimo!...E, reduzir as entradas às colmeias vizinhas que passarão a ser o futuro alvo da pilhagem...

O Enxame que foi apanhado

Duas vezes!...

Hoje foi mais um dia de luta nos apiários!
Foi dedicado à retirada de alças vazias que tinham sido colocadas a limpar depois da segunda edição da colheita! Foi um dia duma dúzia de horas, com algumas peripécias.
Começamos cedo, pela fresca, porque o dia prometia ser quente!
Ao final da manhã interrompemos para nos refrescarmos no café mais próximo e ir a casa trocar de carro para a carga, mas no caminho decidi passar pelo Sargaçal onde já lá não ía há uns dias...
No meu olhar panorâmico, detectei logo ali à frente das colmeias mais a sul um pinheiro novo com uma pinha de dimensões desconformes para o tamanho do pinheiro... era um enxame, uma garfa, pouco maior que uma pinha grande aberta...
Alterou-nos os planos: preparei uma meia alça aparafusada à base e juntei-lhe dois quadros com algum mel... e lá ficou o enxamezinho tranquilo com uma pequena mestra ainda virgem...

Fomos almoçar e continuamos ao início da tarde no Cabedelo até às 19H30... até não podermos mais...

Depois de me despedir do pai decidi passar pelo Sargaçal para melhor posicionar o enxame em cima de uns tijolos. Mas quando cheguei constatei o previsivel!...
Os dois quadros de mel atraíram as colmeias vizinhas para a pilhagem e... o enxame incapaz de se defender fugiu!... Não havia qualquer vestígio de abelhas mortas.

Deveria ter fechado a entrada o mais possível e não podia ter distribuido os quadros de mel a populações reduzidas de abelhas muito menos a uma garfa sem guardas.

Dei uma pequena volta pelo pinhal admitindo que o enxame podia estar por ali... num daqueles pinheiros novos que crescem à molhada, até porque a colmeia que o teria libertado apresentava algum movimento...

- E estava!...

A mesma pinha, mas num outro pinheiro a meia dúzia de metros do primitivo... oito horas depois... Não é normal!...

A noite já chegava, tinha que me despachar e repeti tudo sem os quadros de mel, carregando a garfa para outro apiário, para a Mata, deixando-a no registo mínimo e com alimentação estimulante mínima.

Os Caminhos da Apicultura

Não são caminhos fáceis...

Que não são faceis já todos sabemos... mas levam-nos à felicidade e são divertidos!...

O acesso ao Cabedelo, depois de entrarmos na floresta, é 500 metros em terra batida, cheio de buracos e pedras que os contribuintes se vão encarregando de recarregar com tudo o que tenham lá por casa a ocupar espaço... Há covas com britas, são as melhores, com pedras de tijolo pequenino que quando foram lá espalhadas eram pedaços de muro que abanavam o carro todo mas agora são bocados de pavimento excelente!... Há covas cheias de plásticos dos silos, mas não plastificadas e até as há pavimentadas com troços de couve que ainda esperei que rebentassem em novas couvinhas galegas.

Hoje na minha visita de final da tarde pasmei com a pavimentação de mais uma!

A gravilha, não areão, talvez sarrisca... ía conjecturando á medida que me aproximava...

Não! -Era mesmo uma espécie de casca de ostra ou quase um pó de pedra... vendido para os urbanos improvisarem retretes para os seus gatos... agora contaminada de excrementos teve como destino a recarga de mais uma cova! Ao lado entre os matos o saco de plástico grosso de tamanho XL, usado no transporte, identificando o alimento para gatos que terá originado aquelas resistentes pedras de cocós que devem dar um bom ligante na pavimentação de mais um buraco do meu acesso!...

Há cerca de um ano, no Sargaçal, um vizinho vaqueiro entrava no pinhal e a 30m das colmeias descarregou-me umas cisternas de esgoto da sua vacaria!... para fertilizar os matos e urzes!... Bonito!...

Já não chegava serem maus os caminhos!... Também temos quem lhes atire merda!...

Assim são os caminhos da apicultura!...

Divertidos!...

Loucas por polen

até ser noite!...

No inicio do mês de Junho fiz uns enxames por duplicação do ninho, numa única colmeia, procedendo à posterior separação ou à substituição da mestra velha, consoante o caso, depois de ter garantido o êxito da nova mestra no ninho superior...

No caso tratava-se de produzir novos enxames em final de época, portanto a ser separados logo que a mestra começasse a pôr...

Em final de Junho a generalidade das mestras novas estavam a pôr e constituí as novas colmeias, à excepção de uma que teimava em não se deixar fecundar... mestra virgem, muitas abelhas, aparentemente calmas sem qualquer movimento!!!... Alimentei-a com xarope estimulante durante uma semana e deixei-a entregue ao destino!... Nos últimos dias de Julho, quando regressado de férias, mantinha-se a colmeia sem criação, muitas abelhas, calmas e com mestra que aparentemente estava fecundada. Nos dias seguintes nas minhas visitas ao final da tarde, quase nocturnas, a colmeia apresentava um movimento de abelhas com carregos de polen, incomparavel!... Até ser noite!...

Conclui que já teríamos mestra a pôr e mesmo sem material para o confirmar, separeia!...

Já confirmei, tem lindos quadros de criação!...

Visitas rápidas

Curiosidade e ignorância saciadas...

Tenho visitado fugazmente os apiários ao início ou final da tarde ou aleatoriamente mais para dizer que estou por aqui do que para as lides apícolas; embora tenha que tirar-lhes aquela carga de alças que receberam para limpar para mais eficazmente poder começar a inspeccionar, tratar, acertar a alimentação ou tão somente poder melhor perceber o que se está a passar lá dentro nesta altura do ano!...

Sou pouco rigoroso e superficial na forma como as acompanho!...

Este ano, até há bem pouco tempo, tem-me parecido que o verão tem sido diferente do habitual... as colmeias ainda se encontram cheias de abelhas e aparentemente parece-me que têm trabalhado mais que em outros verões... Provavelmente não passará duma impressão minha, já que ano após ano, consoante a época, não descrevo com rigor o estado delas nem a minha memória me permite relembrar o registo!... Depois deixo-me surpreender!...

Nestes dias de intenso calor que tem caracterizado os meses de Julho e Agosto, à tarde, elas quase que param... mas até assim se distinguem as melhores das restantes. Há sempre umas tantas colmeias onde é impressionante o movimento de polén... que na maioria é dum amarelo claro vivo, aparentando a cor limão... do qual não sei a origem!... Escusado será dizer que entre as mais activas estão as que têm mestras novas!...

Olhando-as somente, delicio-me aqui e ali com o movimento dumas, confirmo o declíneo de uma outra ou se ficou macheada ou se está doente... e fico perplexo com outras tantas!...

Não me posso ficar só pelas visitas rápidas e inconsequentes...

A Colheita Continua

Continua... continua...

Ontem foi um dia dedicado á centrifugação.

Hoje a Cabedelo e à centrifugação!...

E ainda não acabou!...

O pai tem sido incrivel, tem acompanhado todas as tarefas sem manifestar vontade de parar embora se note o seu como o nosso profundo cansaço!...

Tem sido um verdadeiro resistente! Honra lhe seja feita!...

Efectivamente foi uma semana inteirinha de trabalho, de segunda a Sábado, com algumas peripécias de grande violência pelas elevadas temperaturas que se fizeram sentir estes dias...

A minha dimensão apicola é familiar e só este ano resolvi nesta segunda fase de colheita, proceder de um modo continuado, aproveitando estar de férias! Ora esta intensidade de trabalho tem revelado a marca sofredora do apicultor que só a paixão explica e que me deixa confuso...

A Colheita na Serra

foi violenta!...

Nesta segunda semana de férias coloquei como objectivo a conclusão da colheita de mel.

Tenho contado com o empenho do pai e da disponibilidade imposta ao meu João!... Fazemos um trio imparável! O João com o ânimo bastante para os desempenhos mais pesados tem-se revelado numa mais valia fundamental... Já começo a ficar velho para tanta porrada!...

Ontem conclui a Mata e o Sargaçal, hoje conclui Enxemil e a Serra!

Está em falta cabedelo.

Na serra estava um calor insuportável, no apiário, onde corre habitualmente uma brisa fresca hoje nem uma folha se mexia. Quase não utilizamos o fumo porque as abelhas nem se importavam com a nossa acção pelo previsivel sufoco que era voar com aquele calor.

Os nossos rostos eram fontes, permanentemente a jorrar e quando acabei de fechar a última colmeia estava com a sensação de ter atingido o limite...

Já não suportava pegar num só quadro daquele escuro mel de urze!... Mas ainda se seguiu o acondicionamento da carga e o desespero de levar a carrinha até à estrada asfaltada!

Ainda desafiei o João a mergulharmos nas águas límpidas do Paivô mas ao final da tarde era difícil demovelo do encontro já marcado com a amiguinha que como um relógio despertador repetidamente o lembrava ligando-lhe para o telemovel. Não suporto esta relação dos jovens com os telemóveis!...

Globalmente, atendendo ao fraco ano generalizado por aquelas bandas a colheita foi boa!

- Aliás a colheita nos diversos apiários tem ultrepassado as minhas expectativas... ainda vou ter que comprar mais bidons!...

Chegou a minha vez...

E a sensação não foi boa!...

Já não bastavam os actos de vandalismo e saque generalizado que todas as semanas enfrento!...

É o mobiliário urbano incêndiado derrubado partido vandalizado, os furtos das tampas em ferro, das flores arbustos árvores e todo o tipo de equipamento de rega, os furtos nos estaleiros... por todo o lado!...

Chegou a vez das minhas colmeias!...

No final da semana passada, ensaiaram-se na mata por várias vezes... na 5.ª e depois no Domingo, lançando o fogo em diversos locais, todos eles a menos de 150m das colmeias!...

Os bombeiros interviram prontamente como lhes era devido, com o habitual aparato...

No domingo estive no apiário ao início da manhã nas minhas verificações, interrompidas pelo Sr. Manuel, meu vizinho na Mata...

Mas á tarde voltei para avaliar as operações de supressão e rescaldo de novo incêndio que felizmente não passara de cinco grandes fogueiras com início cerca das 17H00, tendo passado pelo apiário, ali tão perto, com uns amigos, onde reparei que alguém lá teria estado deslocando-me, digo pontapeando uns pauzinhos... que eu substitui por umas esponjas pois tratava-se de uma colmeia doente que eu queria ter fechada!...

Só voltei lá hoje...

A colmeia doente tinha sido aberta e derrubada para trás....

O núcleo das minhas amarelinhas, carregado de ascosferiose, tinha desaparecido e todos os tijolos livres de colmeias, que costumo usar como apoios, encontravam-se virados como se alguém tivesse procurado algo por baixo deles...

Coisas de típica malvadez!...

Que me deixaram com grande raiva e tristeza...

A Serra no seu melhor

dois meses e meio depois...

Ontem fomos até à serra actualizar os registos, avaliar os contributos do castanheiro e talvez das silvas já que é a flor que agora por lá mais vejo povoada de abelhas...

Para além do pai também levei a moto-roçadeira que desta vez não me fez partida, pegou à primeira e permitiu-me cortar os fetos e silvas do caminho até elas, uns quase 550 metros de sobe e desce... até me faltarem as pernas!...

As colmeias nativas, o meu primeiro indicador antes de chegar, mantêm-se ao nível de há 15 dias, com o mesmo número de alças. Já vou a contar que estará tudo na mesma...

Chegado ao apiário, a vontade de as abrir já era pouca, só queria ficar ali a olha-las a trabalhar, carregadas de polén que pela cor seria de castanheiro, mas a brisa fresca que ali sempre se faz sentir, empurrou-nos para uma visita rápida, como sempre sem descermos à generalidade dos ninhos...

Estão a colher continuadamente, devagar vão completando as alças de um mel escuro com um aroma a lembrar madeira que será sobretudo dos poucos castanheiros que existem na quinta... Avarento como sou já começo a fazer contas à colheita que não passará duma média de 2 pequenas alças por colmeia.

Parece-me bom para o ano que também lá é considerado mau!

Pela primeira vez, registei vestigio da passagem de outros por lá: a deslocação de duas alças vazias sobre a base onde aguardam a captura de algum enxame... talvez distracção do curioso ou travessuras dos meus amigos javalis que por ali passam a caminho do pinheiro onde desesperadamente se continuam a coçar...

Inicio

da colheita do mel!

Numa luta contra o tempo e o cansaço, decidi começar hoje a colheita do mel!

Comecei pelo Enxemil, o apiário mais pequeno, com cinco colmeias. É o apiário onde menos mexo por se encontrar numa pequena mata nos fundos do quintal de um amigo, onde por isso mesmo evito arreliar as abelhas... mas é o mais produtivo.

Tinha distribuidas uma média de 5 alças por colmeia e foi com expectativa que comecei a safra...

Ao final da tarde depois do trabalho, lá me encontrei com o pai e... Uma hora chegou para tirar cerca de três alças por colmeia, catorze no total, prevendo ainda tirar mais uma alça por colmeia lá para finais de Julho!

Muito bom para um ano mau!...

Em algumas das colmeias encontrei muita criação nas alças, mas já é notória uma redução da população que me facilitou muito a rápida limpeza das abelhas dos quadros.

A pilhagem foi notada mas pouco significativa!

O que custou verdadeiramente foi transportar as alças para o carro, a cerca de 50m... De ano para ano custa um pouco mais e começo-me a convencer que vou ter mesmo que comprar a tal carrinha... que possa ir até junto das colmeias e em alguns casos, reformular a distribuição das colmeias nos apiários...

Amanhã bem cedo, antes do trabalho quero ver se junto mais umas tantas alças ao lote de hoje para o meu filho João e o pai se entreterem durante todo o dia!...

Vai ter que ser!...

Trabalha-se até tarde

Cheira a urze!...

A erica umbelata ainda vai mantendo a frescura de alguns dos seus botões nos terrenos mais frescos. No Cabedelo vejo-as por todo o lado, no Sargaçal e Enxemil nem por isso e na Mata não vejo mas cheira intensamente ao final da tarde!

A semana passada de ventos muito fortes e desconfortáveis não permitiu colheita levando algumas mestras a suspender completamente a postura... É assim todos os anos, no início do Verão, colmeias de 8 e 9 quadros de criação param repentinamente de ter postura...

Hoje já senti os odores da urze ao final da tarde e na Mata, pelas 20H30 ainda se trabalhava afincadamente.

Registos da Serra

dois meses depois...

Está quase a fazer dois meses que levei as colmeias para a serra... e sem querer dou-me a perguntar se valeu ou se está a valer a pena?!...

Da experiência pedi aprendizagem, conhecimento apicola e cultural, da terra e das gentes... e também pedi mel e abelhas...

Ora a aprendizagem e até o mel e as abelhas precisam de tempo, de doação e entrega... Se mais não tem havido é pela falta de disponibilidade interior e tempo...

A urze prolongou-se até meados de Maio, o rosmaninho terminou no final de Maio e há uma diversidade muito interessante de flores que o clima irregular e fresco vai permitindo manter...

Destaco as flores de silva agora a iniciarem a floração e o sargaço que parece estar ainda para durar...

As gentes são abertas e disponíveis mas tem-me faltado o tempo que elas precisam para poder confiar em quem vem de fora... A terra está ali abandonada por todos e com sofrimento esquecida, tocando-me em cada monte transposto... como sempre me toca a terra, onde me aventuro à descoberta!...

Descobri e transpus novas montanhas... subindo-as!... por caminhos de pedra e terra feitos...

Quanto ao mel... sei que cheira e sabe a urze, que este ano é pouco, mas intenso... lá para Julho vou tira-lo!...

As abelhas... penso terem passado alguns tempos de maior felicidade porque não me têm tão assiduamente por perto!...

Um fim de semana

para matar saudades...

Ontem foi à Serra, hoje ao Cabedelo, Sargaçal e à Mata!...

Foi somente dar uma olhada, este ano não tenho feito mais do que isso. Avalio a entrada de polen e néctares, registo as flores dominantes e quando as abro quase não passo do caixilho de agasalho...

A chuva do início da semana que passou, veio mesmo a calhar... a urze aqui pelo litoral vai-se mantendo e a colheita tem sido notada quer pelo aroma do final da tarde quer pelo enchimento dos quadros. Pouquinho mas continuadamente...

Na serra, nem urze nem rosmaninho, embora mais atrasado nas encostas a norte. Toda a semana na serra deve ter sido de muito mau tempo porque os néctares frescos quase não existiam embora fosse muito bom o movimento de poléns essencialmente do sargaço...

Estou também a matar saúdades neste diário e a lembrar que mesmo no pouco que fiz, tantas coisas ficaram por registar este último mês...

Coisas das Abelhas

Coisas Loucas...

Sábado à tarde, sózinho, comecei pela Mata cheio de vontade de tomar decisões... mas quando se anda sózinho no apiário já começa ser dificil toma-las, ter quem nos pegue o fumigador ou nos chegue isto ou aquilo e simplesmente nos ouça é de grande utilidade.

Fiz muitas coisas mas poucas das programadas...

Aquele ninho que tinha uma mestra que eu estava convencido ser nova mas que tinha mais de um mês que não iniciara a postura, já a classificava como velha esgotada; agora com muito menos abelhas tinha que lhe matar a mestra e aproveitar aquelas reservas de polen e mel...

Programa errado, a mestra tinha dois quadros com postura... passei-a para um núcleo e juntei um quadro de cêra moldada, hoje terei que a estimular com alimentação... mas descrente como eu, nem acredito que a postura seja de obreira... O mais provavel é estar perante uma mestra cansada!...

Distribui os outros quadros com polén e mel pelos núcleos com enxames novos.

Um dos enxames novos, com cerca de duas semanas, apanhado na casa da vizinha, agora no Cabedelo, apresentava um espectáculo dificil de explicar: tinha três quadros cheios de postura ou em larva... seguidinha sem interrupções... mas a maioria dos alveolos tinham 2, 3 ou 4 ovos!!!... Mas como se não bastasse tinha 4 ou 6 "mestreiros" em quadros diferentes, alguns já fechados!... procurei rapidamente a mestra e com pouca convicção e não encontrei!... Amanhã vou abri-la outra vez!... Mas o mais provavel é estar macheada, mas como se o enxame foi apanhado há 2 semanas?!...

Todos os outros enxames novos estavam com criação e viram as suas reservas acrescentadas, pois as que eles tinham eram francamente diminutas... o tempo vai de carestia!...

Dum modo geral a colheita nestas duas últimas semanas, foi pouco expressiva ou mesmo insignificante e no Cabedelo senti alguma pilhagem...

O Apiário da Serra

Duas semanas depois.

Ontem com o pai, fomos à serra matar saúdades...
O tempo lá não esteve de feição a uma colheita expressiva, embora corra fresco... ao lanche, ouvi um apicultor nativo falar sobre as condições ideais de colheita para a urze mas, fiquei quase na mesma...
Verdade é que terei que aprender e esta-me a dar um grande gozo esta experiência, contudo não estou tão certo que o calendário de floração possa encaixar com grande vantagem com a floração daqui do litoral...
Mantêm-se os apontamentos de erica lusitânica, (branca), e as encostas cor de rosa da queiró (talvez na sua 4.a semana) e ou amarelas dos matos. A esteva abriu esta semana, a giesta amarela continua com alguns apontamentos para cumprir a tradição: por todo o lado penduravam-se ramos de "maias"... e o rosmaninho já tem as espiguinhas a ganhar cor...

Hoje fiz uma incursão mais a sul a caminho do Caramulo, onde o ano passado fiquei surpreendido com o atraso da queiró e pude confirmar uma vez mais, o atraso é superior a um mês o que me leva a aumentar o interesse por esta região a cerca de 500m de altitude que acompanharei nas próximas semanas...

Hoje esteve um calor

insuportavel!...

O tempo está a aquecer de dia para dia... hoje pareceu um dia de verão, quente mas muito húmido... esteve desconfortavel a ponto de o considerar insuportável!...

A meio da tarde dei um toque ao pai para ter notícias das abelhas...

Trabalharam normalmente disse e foi adiantando que foi parar mais um ou dois enxames a casa da minha sogra, ao sítio do costume... tal deve ser a confusão naquela garagem que nem se consegue distinguir os enxames!!!...

Só ao final da tarde tive carro e quase noite foi dar uma espreitada ao apiário da Mata para ouvir o seu zombido a ventilar e poder snifa-las, trabalharam na urze, é o cheiro dominante...

Detenho-me numa das colmeias mais produtivas do ano passado, agora com a mestra improdutiva à espera que a mate e junte as abelhas à vizinha... Confirmei-o no fim de semana passado: há um mês e pouco deparei-me com uma mestra magnífica com uma vintada de ovos de macho sem outra postura mas com muitas abelhas... pareceu-me uma mestra nova, gorda e comprida e deixei-a entregue a ela própria, mas as melhoras no movimeno exterior não se fizeram registar... abri-a no sábado passado e tudo se mantém... mas com menos abelhas que se manifestam impressionantemente dóceis, submissas e confiantes na sua mestra!...

A Serra

Uma semana depois!...

Ontem eu e o pai tal como programado, fomos ao apiário da serra e passear pela serra!

Acordaramos desde o início que esta experiência transumante seria também uma experiência de descoberta turística, cultural, social e do conhecimento em geral; para o pai, porque nasceu e viveu a juventude a caminho da serra é também um exercício de memória e recordação dos colegas do primeiro emprego, dos dizeres e histórias que ouviu de seu pai e meu avô contar acerca das gentes da serra...

A nossa viagem é por assim dizer dominada e preenchida pelas recordações do pai.

Fomos depois do almoço completamente artilhados para cortar as silvas e matos que me permitissem chegar com o carro às colmeias sem o riscar muito...

Quanto às abelhas... só as queríamos ver sem alimentarmos muitas expectativas!...

Chegados, envolvidos pelo cor de rosa da urze e pelas mais notadas espiguinhas de rosmaninho, começamos pelo corte das arbustivas, mas sorte a nossa, a roçadeira avariou depois de cortar o pior troço e lá fomos ver as abelhas de carro!...

O cheiro picante a urze, o barulho e o movimento das abelhas são diferentes!...

A colheita nestes últimos dias não foi relevante, talvez do tempo ou será assim mesmo!... Foi uma vistoria muito rápida e por amostragem... sem ter visto grande coisa gostei... gostei do que vi!...

No regresso preenchemos completamente a tarde a conhecer mais um pouco da Serra.

A Enxameação não para

Em todo o lado!...

Esta semana o pai ainda não parou de apanhar enxames: foi mais um em casa da sogra, outro na vizinha e mais uma garfa no Cabedelo...
A humidade e o calor alternado de tostar os miolos não param de fazer estragos!...

Contudo pelo que me tem sido dado a ver, estes últimos são umas pequenas garfas que em final de campanha muitas vezes não resistem, ou porque a mestra demora a iniciar postura ou porque estão muito vulneraveis a pilhagens, inadvertidamente provocadas pelo apicultor...

Pelo sim pelo não...

Fomos à aventura da transumância!...

Pelo sim pelo não, no Sábado pela manhã foi buscar a chave do portão da quinta e dar uma última visita ao local onde, se a coragem não me faltasse iria instalar as colmeias!...

Passei o Sábado a avaliar os prós e os contras em fazer transumância de uma amostra de colmeias, levando-as para outros pastos... à medida que as ía preparando para as fechar no dia seguinte... como que se emocionalmente já o tivesse decidido... e foi à última da hora que telefonei ao Cândido para ele me emprestar a carrinha e às 21h30 lá foi busca-la, ainda pelo sim pelo não!...

Tencionava levantar-me Domingo de madrugada para fechar algumas, mas adormeci! Cheguei ao Cabedelo com o João onde o pai já adormecera de tanto esperar, por volta das 7h00.

Pelo sim pelo não, fomos buscar uma carga de alças e passamos o dia a distribuir alças pelos apiários, aqui e ali a dar uma volta de cima a baixo, para melhor avaliar.

Quando acabamos, perto das 19H00, tinha definitivamente decidido: - será sim!

Foi buscar o João que à tarde me fugira, meter uma fruta no bucho e rápidamente completamos a carga, juntando uma dúzia de colmeias ao triplo de alças vazias...

Partimos, eu o pai e o João, subimos 300metros acima da nossa cota, para levar uma pequena embaixada dos meus apiários a pastar na urze queiró que já iniciara a sua abertura há uma semana, pintando encostas de rosa e onde o rosmaninho já começava a definir as primeiras espigas.

Eram 24 horas de Domingo 18 de Abril quando terminara de fechar o portão e estavamos de regresso, felizes pelo sucesso!...

Foi uma aventura!...

Grande Engano!!!...

que poderia ter sido grave!

No passado sábado à tarde, apressei-me para verificar o estado das colmeias depois duma semana quente, húmida e sem ventos, dado que das pequenas espreitadelas ao longo da semana no Sargaçal, me parecera que as abelhas ainda estavam a produzir satisfatoriamente.

Comecei pelo Sargaçal, apanhei uma molha e segui para o Cabedelo na esperança de, na viagem, passar a chuva... Eu estava ansioso por as abrir e não foi preciso que parasse de chover para iniciar os trabalhos em Cabelo.

Confirmei com espanto que a semana fora de grande colheita, ao contrário das minhas conclusões de há uma semana! O que acontecera é que há duas semanas atrás o tempo foi seco, ventoso e frio, não permitindo colheita expressiva!... Afinal ainda não acabou a colheita do eucalipto!...

Contudo a visita não deixou de ser preocupante porque foram várias as colmeias em processo de enxameação, com mestreiros já operculados!...

Terminou a Colheita do Eucalipto

Mas!...

Hoje comecei o dia a avaliar como correra a colheita nesta última semana de bom tempo, ao avaliar o enchimento das últimas alças distribuídas. O enchimento tende para zero, conclusão: a época de colheita do eucalipto aqui na região terminou já e não daqui a 1 ou duas semanas como eu prevera...

Vou portanto ter que me apressar a tirar o mel de eucalipto para que não fique contaminado pelo da urze... e vou pela primeira vez tira-lo depois de terminar a campanha do eucalipto, nunca tal me acontecera!...

O tempo é primaveril, tendo aquecido muito este fim de semana é bom vê-las trabalhar, mas!...

O pai depois de ter deixado passar a hora da colocação das alças, vai-se entretendo a apanhar uns enxames no Cabedelo, para me dar razão, embora seja sobretudo esta instabilidade atmosférica a razão de ser destes enxames, mas!...

A Transumância

à nossa espera!

Nestes anos em que a floração de eucalipto acaba cedo vem à discussão o assunto de sempre: temos que as levar daqui para outros pastos! É a urze, o rosmaninho, o castanheiro...

O pai parece estar mais entusiasmado que nunca e eu entendo-o, pese o meu continuado alerta às dificuldades inerentes...

Não basta ter os terrenos disponíveis, é necessário toda uma logística muito bem sistematizada desde a disponibilidade de material, preparação das colmeias e seu transporte, acompanhamento com abastecimento de material e tirada de mel...

Não o digo ao pai mas entendo que a apicultura racional nesta região tem obrigatoriamente que prever transumância... tivesse eu vida para isso!...

Mas em boa verdade terei que dizer que sempre que posso vou fazendo umas incursões exploratórias para o interior, observando florações e falando com os naturais. Na quinta-feira santa foi um desses dias, fui observar as florações da queiró e meti conversa com dois apicultores em tarefas de limpeza de cortiços desocupados que descarregavam num apiário recentemente instalado onde já se perfilavam dezenas de cortiços povoados de abelhas atarefadas... Bonito!...

Para aqueles lados a floração ainda está atrasada, tenho três semanas para decidir!...

Ainda não vai ser desta!...

Fim de Semana Santo

Abelhas sem mácula!

Nos últimos anos nunca me acontecera chegar á Páscoa sem ainda ter tirado mel, para poder disponibilizar material, está claro!...

O aumento do efectivo de alças no ano que passou e o baixo nível a que chegaram algumas colmeias, são a razão para ainda ter no armazém cerca de 25% do stock de alças, o que corresponde grosso modo a cerca de mais uma alça por colmeia!...

Com o Inverno que fez e ainda faz e o desleixo em que deixei algumas delas, ainda assim é possível a natureza reagir tão positivamente, transformando em alguns apiários, um ano perdido num ano perfeitamente normal... hoje, contava eu em Enxemil sete alças numa só colmeia e uma média de 5 alças por colmeia, situação típica de um ano normal.

Neste fim de semana, dediquei-me mais a limpezas, arrumações e a distribuir algumas alcitas, especialmente hoje, bom dia de trabalho em que o sol mais brilhou...

O eucalipto ainda abre os últimos botões meios infezados pelo frio nas pontas mais altas, e não deverá prolongar-se para além de 15 de Abril o que é o mesmo que dizer que a época está a terminar... Portanto, mais um ano em que me vai faltar o tempo para desdobrar umas colmeias, para produzir umas mestras e fazer as coisas que achamos mais lindas na apicultura!...

Um dia à moda antiga

Com muitas abelhas e suor!...

Em face das previsões de chuva para a próxima semana, um pouco à semelhança do que aconteceu com a que passou, reservei este sábado de sol encoberto e aragem fresca, inteirinho para as abelhas... Comecei pelo Cabedelo onde estão piores, mas no meio de tanta desgraça foi resistindo... a instabilidade atmosférica e as más condições do habitáculo dos últimos meses, terão estado na origem da renovação natural de algumas mestras estando diversas macheadas, mais do que o expectável para a época... Na Mata, a semana passada já tinha encontrado duas nessas condições.

Dum modo geral as colmeias de Cabedelo, embora mais fracas, estavam com falta de espaço, o pai tem-se distraido na distribuição de alças!...

As alças colocadas a semana passada estão de a ser cheias a bom ritmo, pese as más condições de tempo. No Sargaçal e Enxemil não nos podemos distrair, é lá onde estão as melhores!...

Mãos à Obra

Importa retomar a apicultura!...

Hoje ao final da manhã visitei o Sargaçal: a julgar pelo calor do sol, poderia existir um enxame fora e não me enganei!... Terá sido um enxame secundário da que enxameou há pouco mais de uma semana!...

Por falta de material e tempo não me preocupei muito em ver as origens, mas quis ver como estavam de espaço disponível: estava quase tudo cheio!...

Era preciso distribuir alças...

Depois do almoço, consegui vencer a barreira da inércia e corri as colmeias todas da Mata, depois as de Enxemil e voltei ao Sargaçal!...

Distribui umas alças!... Dei umas espreitadelas a correr nos ninhos problemas...

Na Mata, duas colmeias tinham substituido as mestras e uma já tinha começado a pôr há três dias... Algumas estão com urgência a precisar de uma mexida brava!... Como elas adorariam que eu lhes mudasse as cêras, ou atirasse algumas daquelas caixas velhas e carregadas de água, para a fogueira!...

Em Enxemil e no Sargaçal estão muito boas!... Estão naquele ponto em que preciso de produzir umas mestras...

O Cabedelo ainda não foi hoje... são muitas e fracas e vai custar-me, mas impõe-se retomar a apicultura!...

A garagem da sogra

é a mais apetecida para os enxames...

O dia embora fresco pela manhã, esteve de sol!...

Pouco depois do almoço o pai ligou-me para me dar a notícia de ter acabado de apanhar um enxame em casa da minha sogra, no sítio habitual, na garagem, mas desta vez num local pouco comum: no atrelado do carro de tampa entre-aberta, onde costuma guardar alguns quadros de cera moldada...

Tirou os quadros um a um, disse... como que duma colmeia gigante se tratasse, o atrelado, é bom de ver...

Presentemente os meus apiários ficam todos a mais de 8 Km da casa da sogra, embora no primeiro ano deste recomeço, há cinco, tenha sido ali no quintal que desdobrei as primeiras colmeias até um dia em que em visita ao hospital encontrei o meu vizinho muito mal tratado depois de ter sido picado pelas abelhas. Na manhã seguinte comecei a muda-las!...

Após a mudança, a garagem passou a ser o local de arrumo das alças e dos ninhos e de todo o material grosso que a actividade exige... e todos os anos bem pelo cedo, é lá onde se vai alojar um enxame, em regra dos primeiros do ano, todos eles grandes, muito grandes e saudaveis!...

Ao longo destes anos nunca me apercebi da existência por perto (a menos de 4 Km) de apiários ou de uma qualquer colmeia ou apicultor, o que me deixa a eterna dúvida: donde vêm estes enxames e porque tanto gostam estas abelhas da garagem da minha sogra?!...

Aos primeiros raios de sol

O primeiro enxame!...

O Inverno, a chuva o frio e o vento!... Ainda não sei ao certo se já passou...

A semana passada caíram os primeiros raios de sol quente, a luminosidade dos dias ficou por completo alterada e o azul do céu já esquecido da nossa memória revizitou-nos!...

Por pouco tempo, porque o frio e o vento regressaram!

Nas últimas semanas só tenho visitado os apiários ao fim de semana, a correr, sem me querer deter nos pormenores, nas que morrem de fome ou frio ou de doença!...

O de Enxemil, depois o do Sargaçal, o da Mata e por fim o de Cabedelo, fazem a ordem decrescente do bom estado das colmeias...

Tenho precisado de ler os mails dos amigos ou deixar-me entusiasmar pela conversa dos que me provocam com a apicultura para sentir-me de novo com saudade... assim foi na última quarta-feira, 10 de Março, não resisti ao sol do almoço e arranjei boleia para dar um salto ao Sargaçal, onde o carro dos amigos menos se sujaria com a lama dos caminhos de terra batida... Ali o carro vai juntinho das colmeias e nem preciso de sair para as apreciar.

Já no apiário, muito junto das colmeias, ainda sem saír do carro, de janela aberta reclamava eu, "tanta abelha no ar" e mecanicamente corria o olhar frenético admirando o arvoredo à volta, como à procura... do que perdera e... achara ali ao lado: - um magnífico enxame numa pequena árvore, acabadinho de saír, que veio a encher um ninho...

Esperei pelo pai que chamei pelo telefone e os dois deixamo-nos envolver na recolha daquele enxame que veio na altura certa para nos animar e aguçar o engenho!...

Despertou-me a minha boleia!... Tinhamos que ir trabalhar.

O pior inverno de que há memória...

e a minha ausência!...

Nos últimos dois meses, tem sido assim: mau tempo e pouca disposição para olhar pelas abelhas!... Ausência também notada nesta página como que hibernado à espera de melhores dias como elas!...

Ontem e hoje voltei á faina, distribuindo alças mas também retirando material e até levantando colmeias mortas. No Sargaçal e em Enxemil, ocorreu a distribuição de alças, na Mata e no Cabelo levantei duas mortas e uma macheada.

Na Mata e no Sargaçal estão muito satisfatórias, em Enxemil, para variar é onde estão as melhores e no Cabedelo estão fraquinhas...

Cabedelo exige-me que tome medidas... na redistribuição das colmeias e na protecção contra a humidade... a água tem sido o grande inimigo do material e das colmeias...

A época é ainda uma indeterminação embora tudo se esteja a conjugar para um mau ano... foram dois meses de destruição da flor do eucalipto sem colheita, pela chuva, pelo vento e pelo frio...

Os botões ainda resistentes são poucos embora de idades diferentes o que quer dizer que poderá prolongar-se por mais 2 a 3 meses e isso será bom para a colheita, donde manter-se a indeterminação sobre a expressão da colheita...

Desde a 1.ª quinzena de Dezembro, a generalidade das colmeias regrediram, e o facto de muitas terem duas ou três alças, não é indicador fiável do seu desempenho próximo...

Mantenho-me espectante nas condições climatéricas, nas abelhas e em mim próprio!...