domingo, 27 de abril de 2014

A enxameação

volta a disparar!

Nos últimos dias choveu, em especial na noite de ontem, mas elas trabalharam, não ocorreram registos de enxames e comecei a convencer-me que a febre teria terminado. Enganei-me!
Hoje quase me fechei para terminar um trabalho.
Ao final do dia foi a casa do pai que me contou a sua odisseia de hoje na recolha de enxames.
Assim não!

sábado, 26 de abril de 2014

Trabalhar com paixão

para a Liberdade!

No 40.º aniversário da revolução dediquei-me à minha paixão!
Acordei bem cedo e fui até à serra, mais uma vez de carro cheio. 
À tarde, no regresso, retomei a Mata e o Pope que me surpreenderam.  
Praticamente terminei  a distribuição das cerca de 700 alças que tenho em armazém. Te-las posto a uso já é bom, mesmo com a perspetiva de uma colheita fraca.
Cheguei ao final do dia cansado mas em Liberdade! 


domingo, 20 de abril de 2014

A idade não perdoa

Já me esqueço das abelhas!...


Na quarta feira foi capturar um enxame que descera por uma chaminé até ao recuperador da lareira. Instalei uma caixa de núcleo de três quadros de ninho  no interior e ao final da tarde foi busca-la. A caixa estava pesada mas eu estava cético com a possibilidade de ter capturado o enxame. Tão  descrente que só me voltei a lembrar dele na quinta à tarde ao procurar material na minha desarrumada carrinha. Apesar do núcleo ser ventilado morreram umas centenas, estava cheio de abelhas.

Ontem foi levar as primeiras colmeias à serra, no regresso passei pelo apiário de origem onde me deparei com uma colmeia fechada! Tinha-me esquecido de a carregar!

A idade vai-nos deixando recados, convidando-nos  a redirecionar prioridades...


A apicultura

que eu não gosto!

Este ano o meu tempo para a apicultura tem sido pouco. Não lhes tenho faltado com alças e alguma renovação de ceras  mas não as tenho acompanhado... 
Não sei por isso com detalhe explicar o que vai sendo a evolução das colmeias em cada apiário, mas sei que os picos de calor das duas últimas semanas, (que se seguiram a semana de chuva), agravaram ainda mais a febre da enxameação. Todos os dias se apanham enxames a qualquer hora! 
Uma boa parte do  tempo que lhes dedico, sem querer, é a recolher enxames...
Não gosto disto!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A serra

vida e morte...

O fim de semana passado foi sozinho à serra, cumprimentar os amigos, ver as abelhas que deixei passar o inverno no Casal, buscar a chave do portão, avaliar as florações pr'ós lados do Carvoeiro e ganhar forças para decidir e lutar na solidão contra este crescente cansaço que parece doença...
 
No Casal ainda se notam os atrasos provocados pela varrôa, mas há muita flor de eucalipto para abrir, poderemos ainda brincar um pouco por lá.
Para o Carvoeiro, as florações de urze estão adiantadas, a mancha de eucaliptos que me envolvia as colmeias, fora cortada, um bem merecido corte razo!
 
Permitir-me acompanhar duas épocas, com caraterísticas tão diferentes, é magnífico, mas na deslocação à serra arrepiei-me ao constatar a elevada mortandade de colónias na região. Pareceu-me que alguns apiários foram quase totalmente dizimados...
 
Vou ter que ir lá uma segunda vez para avaliar as razões para que a vida não se transforme em morte!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Resistência

Chuva, 44 horas.

Durante todo o ano nas lides apícolas há uma infinidade de curiosidades que mereciam  ser registadas. Vou aqui registar dois momentos de resistência.

 
1 -Em Setembro passado  a fome ainda era grande e ao chegar à Mata deparei-me com um enxame, uma mãozinha de abelhas que abandonava a sua colmeia - uma meia alça. Era um enxame novo e tardio, à data com falta de reservas, que se pendurou no tronco de um eucalipto. Corri à meia alça onde ficaram dois quadrinhos com criação, juntei-lhes mais um quadrinho com mel e voltei a meter as abelhas lá dentro, mudei-as de apiário e nos dias seguintes enchi o alimentador três vezes. Resistiram abandonadas ao inverno e hoje são um ninho à espera da 1.ª alça.
 
2 -Faz hoje 8 dias que cheguei ao final da tarde ao apiário do Sargaçal onde tinha dois enxames em pinheiros diferentes. Já fresco, calculei que não iria conseguir recolher os dois porque a noite ía chegar rápida e estavam quase inacessíveis. Recolhi um e nem tentei recolher o segundo! No dia seguinte, sexta-feira, foram 24 horas de persistente chuva e vento. No sábado, descrente, foi ao apiário às 11h00 e ainda chovia, uma chuva que molha todos... Decidi recolhe-lo às 12, numa paragem de chuva, terão sido provavelmente 44 horas pendurado e 38 de chuva. Uma semana depois quase enche um ninho de abelhas.
 
São provavelmente as pequenas curiosidades que nos prendem a paixão pelas abelhas.
 
 

Assim começou o ano!

O mais curto de todos.


As regiões de florações de eucalipto em regra têm períodos  de colheita longos. Aqui no litoral começa-se em Outubro e se o ano se atrasar pode prolongar-se para além do mês de Abril e quando isso acontece estamos perante anos muito bons.
 
Este ano  a explosão ocorreu  no início de Março e os picos de calor no início do mês deram logo lugar aos primeiros enxames e a alguns expressivos néctares que me levaram a carregar as colmeias de alças, mas logo interrompidos por duas semanas de chuva que como já é sabido, com consequências ciclópicas ao nível da enxameação.
 
A semana passada parou de chover e esta tem sido uma correria de apanha enxames.
O pai deixou praticamente de ter vida própria e corre todo o dia de apiário em apiário a apanhar o que pode! Eu fico desesperado porque não me posso deixar envolver... mas vou ajudando no que posso.
 
O eucalipto poderá dar contributos até ao final do mês de Abril em dias que se prevêm amenos, portanto, tá feita a coisa: começou em início de Março e acabará em final de Abril!
 
Nem tive tempo para as minhas reproduções e as habituais mestras,  nem consigo criar espaço para o programar para além de Abril, começo a convencer-me que terei que levar  algumas colmeias à serra para prolongar o meu ano apícola e manter as minhas brincadeiras para os meses de Maio e Junho.
 
 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Elas provaram ser mais resistentes

que eu...

Este inverno foi diferente. Foi o meu primeiro inverno sem apicultura.
Sempre chuva quase sem floração e sem colheita, muita água no interior, muitos ratinhos, sem limpezas e sem visitas. 
 
Votei-as a um desprezo total e enchia-me de tristeza  a incapacidade de as poder ajudar a dar a volta!
Em Janeiro tive a visita de um amigo dos altos pirinéus que perante a minha  previsão de perdas, seguramente acima dos 25%,   me tranquilizou dizendo que na sua região os números excedem as minhas piores previsões. Provavelmente muitos dos apicultores da sua região gostariam de poder trocar comigo! Agradeci a tentativa de me animar mas só consegui voltar  aos apiários  no início de Março, aos primeiros raios de sol, libertando-me da depressão ou zanga que tinha com elas.
 
Uma vez mais conseguiram surpreender-me!
Apesar dos maus tratos alguns apiários deixaram-me muito surpreendidos com o seu quase renascer da lama, porque foi chuva e lama que apanharam de Outubro a finais de Fevereiro! Na Mata e no Cabedelo por mais de uma vez tive que tirar as botas e meias, arregaçar as calças até ao joelho e arrancar algumas colmeias do meio da água já sem orifícios de entrada e saída.
Muitos dos enxames pequenos morreram por falta de alimento porque me recusei a alimenta-los. Não foi possível colher néctares de eucalipto no inverno nem os poléns do salgueiro e da acácia longifólia em Fevereiro... foi muito mau.
Mas a grande maioria resistiu! - Eu não.

Tenho até dificuldade em entender o milagre da recuperação de algumas colmeias!