domingo, 22 de janeiro de 2012

Colheita de Inverno

A primeira volta!

Este fim de semana foi de lides apícolas...
Substituir quadros cheios de mel em ninhos atascados por quadros novos de cera estampada, armazena-los em ninhos, distribuir umas alcitas, reorganizar quadros e fazer o balanço da primeira volta, a colheita de inverno, e avaliar o estado explosivo das colmeias!...

Viver numa região onde a colheita de mel se inicia em período de inverno, é magnífico mas os maneios estão limitados às horas de sol quente, para não matar abelhas ou não as tornar agressivas... Esta limitação não me permitiu abrir muitas colmeias e tudo teve que ser feito a correr...
Acabo assim por ficar ansioso por ter muitas situações sem controle...

Globalmente a colheita de inverno foi muito boa e calculo que para a segunda volta as contribuições de eucalipto serão reduzidas...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Avanços e recuos

Com o fim á vista!

Todos os anos são imprevisiveis!
Este ano apicola tem corrido com poucas chuvas e algum frio, um inverno moderado, que levou ao amadurecimento rápido da flor do eucalipto que já começara a florir muito prematuramente, atingindo o auge no início de dezembro... estando já numa fase decrescente muito próxima do fim em disponibilidade de botões...

Em dezembro algumas semanas de frio que costumam ocorrer em janeiro, desaceleraram a explosão das colmeias e nos apiários onde ocorrem manifestações de varrôa ocorreu um retrocesso forte na expansão das colmeias. São afinal dois fatores naturais de controle da enxameação: a baixa de temperaturas e as epidemias de varrôa!...

E por estes atrasos eu não tive que tirar mel ainda no mês de Dezembro por falta de material, o que seria inédito, mas à cautela ainda fui comprar umas alcinhas à pressa... Também atrasei a produção prematura de mestras para a produção de enxames, esses sim, para o meu controle artificial da enxameação...

Os dias de grande colheita já não se registam há muito e estimo que o eucalipto não chegue ao  mês de Março o que é o mesmo que dizer que brevemente estou a programar a transumância...


sábado, 14 de janeiro de 2012

A casinha do apicultor

Imaginação ou sonho?!...

Bem pertinho de minha casa existem muitos apicultores, foi descobrindo com o tempo. Ilustres apicultores, de reconhecido mérito, autores de publicações de estudo e até de livros, com elevado empenho em movimentos associativos... Neste meu recomeço já não foi a tempo de privar de perto e partilhar as suas práticas. Costumo dizer que recomecei fora de época  e imagino que por aqui, à beira  mar, terá ocorrido uma época aurea de apicultores...


Vim para cá trabalhar há pouco mais de vinte anos e bem perto da casa que hoje habito existia um pequeno chalet de traça colonial americana, com mais de meio século de existência, camuflado entre árvores onde existiam também no grande jardim algumas colmeias, permanentemente com ar de abandono...
Na altura não tinha abelhas mas transportava  comigo desde a minha infância, o carinho por elas, e apelidei aquela casinha que me fascinava como a casinha do apicultor que eu nunca vira!...
Esta semana pediram no serviço para aquele local uma recolha de monos ao domicilio...
Fui ver...
À chegada uma grande fogueira no jardim ía desfazendo os ditos monos: colmeias e materiais apicolas deteriorados, pois os serviços tardavam  a chegar e era preciso ganhar tempo...    Todo o interior tinha sido vandalizado, material apicola sem fim destruido, com a marca do tempo ou com a marca dos homens que por diversas vezes terão assaltado a casinha de apicultor... fiquei a saber!...

Mas sem saber... quanto material destruido... e quanto conhecimento perdido!...

Visitas noturnas

guiado pelos sentidos...

No inverno quando saio do trabalho em regra já a noite caíu. A nostalgia invade-me pela ausência duma despedida, dum olhar, da constatação dum movimento...
Invariavelmente decido-me por uma visita a um ou dois dos apiários para as sentir...
Mergulhado na escuridão de lanterna na mão observo-as.

Ainda a caminho das colmeias, já fora do carro, as marcas dos pisos dos carros, as marcas dos sapatos, vão-me dando indicações de quem teve o privilégio de as ter visitado ou por perto passado, durante o dia...
Pelo calor do caixilho de agasalho avalio a quantidade de abelhas que trabalham na última alça; quando frio é motivo de preocupação.
Pelo bafo quente e húmido, ás vezes parecendo névoa, que sai pela entrada, avalio se a colheita de mel no dia foi expressiva.
O barulho da ventilação, a quantidade de abelhas próximas da entrada quer dizer o mesmo.
Os aromas à entrada do apiário ou o cheiro mais intenso junto desta ou daquela, distinguem os apiários e entre colmeias, as mais adiantadas e que mais colheram no dia.
Os cheiros a bulores ou a ceras velhas, são motivo de procupação.
Os resíduos da base da colmeia que vêm em cima da folha de cartolina, ceras roidas, excrementos de traças, varroas ou os excrementos de abelhas, são mais umas tantas indicações sanitárias...
Os ratinhos são mais numerosos junto das que mais cadáveres descartam. A presença de cadáveres roidos ou ainda inteiros é motivo de abertura urgente.


Hoje foi um dia de colheita, talvez por ter estado um pouco mais quente, a verdade é que a intensidade dos aromas na entrada do apiário eram muito superiores aos de ontem!...
Fico contente nestes dias!