domingo, 28 de agosto de 2011

Tudo tão perto e tão parecido

mas tão diferente!...

No fim-de-semana dou a voltinha seguida aos apiários para avaliar o trabalho relativo.
Eles distam de meia dúzia de quilómetros e podem-se comparar movimentos com uma diferença de dezenas de minutos...
Os períodos e locais mais ensolarados fazem diferença no movimento das abelhas, mas não chega para justificar a grande diferença no movimento de apiário para apiário...
Nem a tradição da classificação do movimento relativo se mantém para esta época do ano!...
Serão pequenas especificidades florais muito próximas de cada apiário que condicionam o seu movimento e rendimento nas alturas de fome!!!...

O Sargaçal está muito bom, Enxemil bom, Cabedelo e Mata sofriveis...

Apiário de Portovedo

É o sexto!...

Ontem ao final da tarde fundei o sexto apiário!
Já estava a demorar, como se me faltasse trabalho, tinha que ser:  no carro já meio atravancado, carreguei  duas colmeias da Mata e duas de Enxemil e assentei  ferros!...
Será para lá que levarei as colmeias que ainda hoje trarei da serra, que sempre trago com receio de virem acompanhadas com alguma doença... e por ora assim ficará para verificar se é respeitado por quem por perto passa e se as abelhas apreciam o local que tem árvores a mais para o meu gosto e muita exposição aos ventos...
De todos os apiários é aquele em que depositei menos ânimo,  talvez pelo acesso e forte exposição, mas foi o receio de a qualquer hora ter que abandonar um dos outros que me fez prosseguir com a colonização para sul, já entrando no concelho vizinho.
Estou expectante!...


Zás Trás...

Mais uma...


Agora deu-me para isto!
Quando visito os apiários faço-me acompanhar da minha raqueta de badminton e não os deixo enquanto não apanho umas 3 a 4 vespas gigantes.
Também as chamam de v. samurais, v. do Japão outros dizem ser v. mandarinas e até v. do inferno...
Concordo com esta última designação, do inferno, porque são verdadeiramente infernais: elas aproximam-se das colmeias nas horas de maior movimento e apanham as abelhas com a maior das facilidades, às vezes duas e nem precisam pousar;  quando o tempo está fresco ou o movimento de abelhas não se nota, elas entram dentro da colmeia e num ápice lá vai mais uma abelha...
Fazendo contas à frequência com que elas chegam aos apiários, a caçada das vespas resulta numas centenas de abelhas por dia!...

É mais um predador a juntar aos existentes que não são poucos!...

Pois contra as infernais vespas, a raqueta de badminton tem sido a ferramenta mais eficaz... para além de me fazer recordar bons velhos tempos de juventude.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Agosto

Não lhes faz o gosto

Este ano o mês de Agosto nem tem sido muito quente, até se pode dizer que está a ser fresco.
O movimento de néctares é praticamente nulo e o polén  faz-se notar pela fresca: ao início e final do dia... 

Sem grande método, porque tenho estado sózinho, ao final da tarde e fim de semana, aqui e ali, vou abrindo algumas para tirar dúvidas e a situação repete-se: muita fome nos ninhos, postura reduzida, dum modo geral as abelhas não são muitas e algumas  manifestam  doenças de pequena expressão...

Sem dúvida que o Agosto não lhes faz o gosto...

domingo, 14 de agosto de 2011

Pimenta a gosto...

cada um toma a que quer...

Por esta altura do ano eu gosto de chegar ao final da tarde ao apiário e de mangas arregaçadas debruçar-me sobre as colmeias, sem fumo, sem o impecilho da máscara e do fato macaco, e desafia-las até ao limite, abrir o caixilho sem ruídos, suster a respiração às vezes e ir inspeccionando quadro a quadro sem que elas se irritem ou tenham que me picar...
Eu e elas ficamos ali distraidos numa sincronia de movimentos como que num módulo mútuo de poupança energética... é delicioso!...

Há um mês e pouco um amigo que me convidou a visitar os seus apiários surpreendeu-me quando já no apiário nos preparavamos para as ver e ele me dizia só usar fumo por altura da cresta, são das mansas pensei e a expectativa crescia à medida que me ía preparando...
Entrados no recinto ele dirige-se a uma e depois a outra e outra colmeias, levantando as coberturas e caixilhos violenta e rapitamente, empenhado em mostrar-me a pujanças dos seus enxames que transbordavam de abelhas e se abatiam sobre nós às centenas tentando picar e perseguindo,  de um modo assustador!...
Cada caixilho ou tampa fechada eram dezenas de mortes e eu ía repetindo assim não... assim não!...
Tentamos mais algumas como que numa segunda oportunidade de fazer bem, mas reparei que é assim que ele gosta delas... a picar muito, para lhe manter a adrenalina no máximo!...

Assim, não gosto!...


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Duas semanas de férias

mas com abelhas...


As férias foram como sempre curtas, um salto ao sul, às terras do sol,  onde dediquei um final de manhã em visita ao mestre José Vicente e às suas meninas, onde me deliciei com as suas palavras sábias e toda a  concentração de conhecimento que o rodeia...
Foi uma visita curta de algumas perguntas à espera de respostas que me permitissem racionalizar a minha apicultura... mas onde a resposta mais repetida do mestre foi: "com muita paixão...", "é preciso paixão..."... Assim me tranquilizou: esta minha paixão é necessária e é para se manter.

Já em casa, dediquei-me às arrumações de final da época: foi à serra tirar o mel, tirei umas alcitas  que estavam esquecidas no Cabedelo, retirei alças vazias para armazém, fiz tratamentos contra varrôa, inspeccionei colmeias, reforcei colmeias com abelhas criação ou reservas, cozi os operculos,  enchi e rotulei os frascos de mel para os amigos e ainda houve lugar a algumas visitas comerciais...