domingo, 27 de junho de 2010

A Serra no seu melhor

dois meses e meio depois...


Ontem fomos até à serra actualizar os registos, avaliar os contributos do castanheiro e talvez das silvas já que é a flor que agora por lá mais vejo povoada de abelhas...
Para além do pai também levei a moto-roçadeira que desta vez não me fez partida, pegou à primeira e permitiu-me cortar os fetos e silvas do caminho até elas, uns quase 550 metros de sobe e desce... até me faltarem as pernas!...
As colmeias nativas, o meu primeiro indicador antes de chegar, mantêm-se ao nível de há 15 dias, com o mesmo número de alças. Já vou a contar que estará tudo na mesma...
Chegado ao apiário, a vontade de as abrir já era pouca, só queria ficar ali a olha-las a trabalhar, carregadas de polén que pela cor seria de castanheiro, mas a brisa fresca que ali sempre se faz sentir, empurrou-nos para uma visita rápida, como sempre sem descermos à generalidade dos ninhos...
Estão a colher continuadamente, devagar vão completando as alças de um mel escuro com um aroma a lembrar madeira que será sobretudo dos poucos castanheiros que existem na quinta... Avarento como sou já começo a fazer contas à colheita que não passará duma média de 2 pequenas alças por colmeia.
Parece-me bom para o ano que também lá é considerado mau!
Pela primeira vez, registei vestigio da passagem de outros por lá: a deslocação de duas alças vazias sobre a base onde aguardam a captura de algum enxame... talvez distracção do curioso ou travessuras dos meus amigos javalis que por ali passam a caminho do pinheiro onde desesperadamente se continuam a coçar...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Inicio

da colheita do mel!


Numa luta contra o tempo e o cansaço, decidi começar hoje a colheita do mel!
Comecei pelo Enxemil, o apiário mais pequeno, com cinco colmeias. É o apiário onde menos mexo por se encontrar numa pequena mata nos fundos do quintal de um amigo, onde por isso mesmo evito arreliar as abelhas... mas é o mais produtivo.
Tinha distribuidas uma média de 5 alças por colmeia e foi com expectativa que comecei a safra...
Ao final da tarde depois do trabalho, lá me encontrei com o pai e... Uma hora chegou para tirar cerca de três alças por colmeia, catorze no total, prevendo ainda tirar mais uma alça por colmeia lá para finais de Julho!
Muito bom para um ano mau!...
Em algumas das colmeias encontrei muita criação nas alças, mas já é notória uma redução da população que me facilitou muito a rápida limpeza das abelhas dos quadros.
A pilhagem foi notada mas pouco significativa!
O que custou verdadeiramente foi transportar as alças para o carro, a cerca de 50m... De ano para ano custa um pouco mais e começo-me a convencer que vou ter mesmo que comprar a tal carrinha... que possa ir até junto das colmeias e em alguns casos, reformular a distribuição das colmeias nos apiários...
Amanhã bem cedo, antes do trabalho quero ver se junto mais umas tantas alças ao lote de hoje para o meu filho João e o pai se entreterem durante todo o dia!...
Vai ter que ser!...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Trabalha-se até tarde

Cheira a urze!...

A erica umbelata ainda vai mantendo a frescura de alguns dos seus botões nos terrenos mais frescos. No Cabedelo vejo-as por todo o lado, no Sargaçal e Enxemil nem por isso e na Mata não vejo mas cheira intensamente ao final da tarde!
A semana passada de ventos muito fortes e desconfortáveis não permitiu colheita levando algumas mestras a suspender completamente a postura... É assim todos os anos, no início do Verão, colmeias de 8 e 9 quadros de criação param repentinamente de ter postura...
Hoje já senti os odores da urze ao final da tarde e na Mata, pelas 20H30 ainda se trabalhava afincadamente.

domingo, 13 de junho de 2010

Registos da Serra

dois meses depois...


Está quase a fazer dois meses que levei as colmeias para a serra... e sem querer dou-me a perguntar se valeu ou se está a valer a pena?!...
Da experiência pedi aprendizagem, conhecimento apicola e cultural, da terra e das gentes... e também pedi mel e abelhas...
Ora a aprendizagem e até o mel e as abelhas precisam de tempo, de doação e entrega... Se mais não tem havido é pela falta de disponibilidade interior e tempo...
A urze prolongou-se até meados de Maio, o rosmaninho terminou no final de Maio e há uma diversidade muito interessante de flores que o clima irregular e fresco vai permitindo manter...
Destaco as flores de silva agora a iniciarem a floração e o sargaço que parece estar ainda para durar...
As gentes são abertas e disponíveis mas tem-me faltado o tempo que elas precisam para poder confiar em quem vem de fora... A terra está ali abandonada por todos e com sofrimento esquecida, tocando-me em cada monte transposto... como sempre me toca a terra, onde me aventuro à descoberta!...
Descobri e transpus novas montanhas... subindo-as!... por caminhos de pedra e terra feitos...
Quanto ao mel... sei que cheira e sabe a urze, que este ano é pouco, mas intenso... lá para Julho vou tira-lo!...
As abelhas... penso terem passado alguns tempos de maior felicidade porque não me têm tão assiduamente por perto!...

Um fim de semana

para matar saudades...



Ontem foi à Serra, hoje ao Cabedelo, Sargaçal e à Mata!...
Foi somente dar uma olhada, este ano não tenho feito mais do que isso. Avalio a entrada de polen e néctares, registo as flores dominantes e quando as abro quase não passo do caixilho de agasalho...
A chuva do início da semana que passou, veio mesmo a calhar... a urze aqui pelo litoral vai-se mantendo e a colheita tem sido notada quer pelo aroma do final da tarde quer pelo enchimento dos quadros. Pouquinho mas continuadamente...
Na serra, nem urze nem rosmaninho, embora mais atrasado nas encostas a norte. Toda a semana na serra deve ter sido de muito mau tempo porque os néctares frescos quase não existiam embora fosse muito bom o movimento de poléns essencialmente do sargaço...
Estou também a matar saúdades neste diário e a lembrar que mesmo no pouco que fiz, tantas coisas ficaram por registar este último mês...