segunda-feira, 21 de maio de 2007

Visita de rotina confirma

a rotina dos erros...
Ao final da tarde encontrei-me com o pai em Cabedelo para fazer uma visita rápida ao 21.º dia depois da mudança das primeiras colmeias. A avaliação da mortandade, um dos enxames mais pequenos, uma colmeia que ainda não tinha a mestra a pôr, as colmeias mais fracas a quem deramos alimentação estimulante...
1. A mortandade hoje foi insignificante, a menos de duas colmeias, o que é uma boa notícia;
2. O pequeno enxame num núcleo, tinha três excelentes quadros de criação, contudo apresentava sintomas de aescoferose... provavelmente contágio do quadro velho de cêra que servia de chamariz ou proveniência da colmeia mãe, raio!...tem que se acompanhar com alimentação;
3. A colmeia sem mestra estará provavelmente macheada, vou-lhe dar mais uma semana, continuando a acompanhar com alimentação;
4. Quatro colmeias das mais fracas, todas com mestras velhas, revelaram uma situação que já não é nova... praticamente deixaram de pôr, tendo duas delas mestreiros! Efectivamente quando as colmeias de mestras velhas chegam próximo do final da época, são as primeiras a diminuir a postura e podem mesmo deixar de pôr por completo... assim como podem promover a sua renovação natural - penso que é o que se está a passar com aquelas, a julgar pelo baixo nível de postura e pela inserção dos mestreiros nas orlas dos quadros...
Na hora, digerido o problema, propus ao pai que logo ali se procedesse à chacina de mestras velhas para promovermos a sua renovação... mas, faltou-nos a coragem!...
Esta é a situação mais que corrente que resulta do hábito de desdobrar colmeias ou dividir colmeias sem promover a substituição da mestra velha... É provavelmente a situação mais cómoda mas que não pode ser continuada numa apicultura racional para quem tem cerca de cem colmeias... O tempo parece ser cada vez mais reduzido, bem sei, mas desbobrar ou simplesmente dividir... não é estratégia de renovação de mestras a menos que queiramos dum dia para o outro ver o nosso colmeal reduzido a metade ou com metade das colmeias a produzir muito pouco!...
Provavelmente ainda não será este ano que farei produção massiva de mestras!... Ou que me iniciarei na chacina de mestras... é a rotina dos erros!

domingo, 20 de maio de 2007

Ainda a Mudança

de Enxemil...
Já reduzi ao número de colmeias em Enxemil em cerca de uma dezena... mas atendendo que algumas foram enxames que apanhei, (2) e desdobramentos (talvez 8), o efectivo praticamente mantém-se inalterado...
Só será possível uma mudança efectiva com a tiragem do mel que tenho adiado para Junho mas uma vez por outra, não consigo resistir em desdobrar mais umas colmeias, desmontando aqueles arranhacéus de alças à procura da mestra para desdobramentos a duas colmeias... duas mais uma - a nova que é criada.
Assim foi na passada sexta-feira, ao final da tarde com a ajuda do pai, começando por retirar algumas alças cheias de mel das colmeias que vão ser intervencionadas que ajudam a aumentar ainda mais os arranhacéus e lá foram mais duas colmeias, (com uma alça cada) para Cabedelo, onde já se contam 39!... Em Enxemil, mantêm-se as 22, embora haja condições para tirar mais quatro ou seis!...
As colmeias desdobradas, tinham já mestra deste ano, por renovação natural, sem ocorrência de enxameação, creio, (embora tenha dúvidas num dos casos) e é de realçar os magníficos quadros de criação... simplesmente fantásticos... com criação operculada de madeira a madeira, (do quadro) parecem quadros de madeira!... sem um alvéolo sequer a interromper a criação!...
É bem certo que a urze queiró se manterá por pouco mais de três semanas, estando já na sua fase decrescente, mas que me perdoem as colmeias de Enxemil... estão condenadas na sua maioria a ser desdobradas mesmo antes de tirar o mel pois mete-me pena ver que aqueles arranhacéus super-povoados que em breve ficarão sem trabalho por falta de néctares...

Dia de Limpeza sem Stress,

mas pode haver outros "stress" em Cabedelo...

Dito e feito!
Hoje levantei-me cedinho e foi para cabedelo munido de ferramenta de sapador florestal... o movimento das abelhas era reduzidíssimo devido ao tempo que estava frio e encoberto, um aleado para as tarefas de limpeza e cortes mais próximos das colmeias...
Juntei sobrantes dos cortes florestais, limpei carumas e cortei muitas urzes e tojo...
Não poderei dizer que estão muito mais protegidas contra incêndios pois ainda há muito que limpar... mas um bocadinho mais protegidas e com as frentes das entradas desprovidas de vegetação e carumas para melhor avaliar a evolução das mortes...
Quanto às mortes, da minha reflexão de hoje, questionei-me se não estarão relacionadas com um estado geral de stress que atinja as colmeias após a mudança que tem como uma das manifestações possíveis a desorientação generalizada das abelhas, as guerrinhas ou até o acelerado desenvolvimento de outras doenças... Stress pós mudança! Nunca li nada do género sobre o assunto nem quero inventar mais uma doença... ainda estou a observar... e é de referir que entre as abelhas mortas se contam muitos machos o que não é de admirar pois é fruta da época... fim de melada.
Mas o termo stress que está tão na moda para justificar reacções anómalas do foro clínico, penso ser aplicável a outras situações que descrevi em Outubro e Novembro, quando no início da explosão de néctares, as abelhas se guerreavam mutuamente, quase em todas as colmeias, conduzindo à morte de algumas dezenas de abelhas por colmeia... Tal comportamento passageiro para o qual não tive justificação convincente, pode ser justificado por reacção de stress a uma situação de "mudança" no colmeal, neste caso um aumento explosivo de néctares!

Não há bela sem...

senão!...

Tenho descrito o Cabedelo como o local ideal para a instalação do apiário, contudo nos últimos dias tenho registado três preocupações:
- a falta de limpeza dos matos dos pinhais vizinhos, com elevada vulnerabilidade aos incêndios;
- o vento que, pela presente falta de árvores é bem sentido no local;
- e... o mais preocupante, o registo de mortes de abelhas em quantidade significativa.
Em especial o último registo, deixa-me apreensivo e preocupado. Inicialmente associei como causa próxima a mudança de colmeias, alguma desorientação com ocorrência de chuvas e ventos fortes... contudo o n.º de mortes continua a registar-se, verificando que algumas ficam mortas na tábua de voo, como que contorcendo-se de dores, como que envenenadas... verifico também a ocorrência de guerrinhas que não existiam, lembrando-me a doença das "negrinhas", mas com reduzida expressão... algumas tábuas de voo aparecerem excessivamente defecadas, mas nem todas... quando as mortes ocorrem em quase todas elas!...
- Poderão as mortes estar associadas a flora local que ainda não descobri?!... Mas a flora é muito próxima da que ocorre em Enxemil, a 4 Km de distância e lá não morrem!...
- Poderão as mortes estar associadas aos terrenos alagadiços de águas salobras que existem nas proximidades?!... Mas em Enxemil também há terrenos com as mesmas característica, talvez não tão próximos... e lá não morrem!... Envenenamentos?!... Quais?!...
- Poderão estar associadas às guerrinhas que até há mudança não ocorriam?!...
- Porquê as guerrinhas?!... Por desorientação ou doença?!... Doença colectiva que só se passou a registar após a mudança?!...
Duas medidas se impõem de imediato:
- Não mudar nem mais uma colmeia até concluir diagnóstico ou estabilização da mortandade!
- Limpar de imediato o solo à frente das colmeias de qualquer vegetação para poder acompanhar diariamente a evolução do nível de mortes.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Um marco assinalável!...

15 de Maio...

foi a data que escrevi no cheque, na troca de contrato promessa compra e venda e que serviu de sinal à compra do terreno onde estou a instalar o apiário de Cabedelo. Não escondendo alguma satisfação, questiono-me como foi possível ter decidido a compra de terreno para instalar um apiário?!...
- Estabilidade... pese a existência de outras pequenas razões, estabilidade é a resposta. Na Mata, estou à espera que a todo o momento me convidem a retirar as colmeias para a construção de empreendimento imobiliário; em Enxemil, temo que alguém das poucas casas existentes nas proximidades, seja picado...
Continuo contudo subordinado:
- à boa disposição dos vizinhos dos terrenos contíguos... que a julgar pelo abandono das propriedades, poucas vezes se cruzarão com as minhas abelhas...
- a actos de vandalismo dos poucos que por lá passam
- e ao roubo...
Mas estes condicionalismos já os tinha implícitos num qualquer dos outros locais... existentes ou imaginários!

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Delicio-me...

com o final da colheita...

Ao final da tarde o pai ligou-me a marcar encontro num dos apiários, como que duma obrigação se tratasse, tentando o guloso desinquietar o desejoso... Combinamos encontrarmo-nos em Enxemil, para vermos as últimas evoluções... acordando que não haveria grandes mexidas porque estava sem tempo, era tarde e fazia vento...

Quando chegamos ainda podemos constatar grandes movimentos... e depois da avaliação comentada que quase todos os dias fazemos ao constatar o movimento de cada uma das colmeias...
Há colmeias que tiveram um decréscimo de população: porque as desdobramos, porque renovaram as mestras... ou porque enxamearam... e acredito que alguns enxames não os apanhamos por má localização dos núcleos caça enxames... Enfim tudo ocorreu no final da época e não terá tido consequências na produção...

Decidimos então, dar uma espreitadela às últimas alças para matar o vício... comprovou-se a significativa colheita de urze... cerca de uma alça por colmeia, algumas atingirão provavelmente as duas... magnífico!

O pai, perante as que mais evoluíram no último mês, desabafou a sua satisfação: - independentemente de qualquer produção, isto é que dá gosto!

De seguida demos um salto ao Cabedelo para continuarmo-nos a deliciar... Algumas alças que distribuímos a semana passada já estavam a ser ocupadas!...


terça-feira, 8 de maio de 2007

Continuar um diário...

reflexões de uma paixão!...

Este meu livro de reflexões avulsas e registos da minha vida apicola, iniciada no passado mês de Outubro no blog do Sapo, têm agora que ser continuados noutro endereço...
Podiam simplesmente terminar, mas é-me necessário:
1- pelo registo em forma de diário, para quem a memória já começa a faltar;
2- pelo registo das dúvidas e descobertas nesta minha actividade apaixonante;
3- pelo desafio e provocação à participação de outros apicultores tão fechados em si;
4- pelas reflexões e pelo desabafo;
5- para simplesmente, me ouvir e lêr numa exibição narcisista ...
Razões mais que suficientes, decido continuar...